Nós, quando crianças, costumamos pensar que nossos pais são perfeitos. Ambos, pai e mãe. E crescemos, chegamos ao início da adolescência ainda pensando assim. Costumamos a pensar que nenhum dos nossos pais têm sequer uma falha, que não mentem, e que fazem tudo perfeitamente e politicamente certo. Colocamo-os em uma redoma de vido. Intocáveis.
Mas, geralmente na adolescência, o maior tempo de crise na vida de um ser humano, acabamos por descobrir que a história não é bem essa. E vemos nossos pais mentindo, sendo fracos em certos momentos, cometendo erros graves, não só conosco, mas com a vida, com outras pessoas, com eles mesmos. E aquela redoma de vidro, que criamos em torno deles, se quebra.
Isso acaba sendo uma decepção enorme, quando percebemos. Eu me decepcionei muito com minha mãe e com meu pai. Pensei: "Como eles podem ser assim, fazer essas coisas? Será que eles faziam isso antes, e só eu não percebia?"
Mas, toda essa frustração acaba passando, e você percebe que seus pais também são pessoas normais, sujeitas a falhas e fraquezas a cada instante, assim como você. E que, mesmo sem a redoma, eles sempre, acima de tudo, sempre vão fazer aquilo que estiver ao seus alcances para o melhor dos seus filhos. Cada um ao seu jeito, com suas fraquezas e falhas.
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