domingo, 21 de agosto de 2011

Já não sei...

Já não sei mais... tantas coisas...
Não sei mais o que sinto, não sei definir isso. Não sei mais o que pensar, na verdade nem ando pensando muito, e isso tem sido muito bom...
Ando um pouco sem tempo pra vida, sem saco também. Ando mudando muito. Me sinto mudada. Mais segura, e nem aí pra nada, nem aí para os outros... Ando preocupada só comigo. E não, não estou sendo egoísta...
Não sinto mais a necessidade de conversar com ninguém sobre certas coisas. Na verdade, não sinto necessidade de falar sobre nada. Só quando é realmente preciso. Só quando algo precisa ser esclarecido. Por que eu gosto de tudo bem claro. Não gosto de meias palavras, meias histórias, meios entendimentos, sabe o que eu quero dizer? É tão bom me sentir mais velha, mais madura. Me ver há uns anos atrás, uns meses atrás, até, e me sentir mais segura em relação ao que eu era, e notar que tem tanta coisa que é insignificante nessa vida pra eu estar me preocupando, gastando minhas energias nessas besteiras. Por que a vida é muito mais do que isso... A gente se importa com muita besteira. Muita coisa irrelevante, insignificante. Cansei de me preocupar tanto, de ficar ansiosa à toa...
Não vou ficar me preocupando com algo que vai passar, mais cedo ou mais tarde. Decidi que vai ser desse jeito. Se alguma coisa vai embora, algum sentimento bom, alguma pessoa, sempre virá algo depois. E tenho esperanças de que virá algo melhor... Sempre.
Enfim...

'Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.'

See U :*

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma citação.

Faz um tempo que não escrevo. Talvez pela instabilidade das emoções em que me encontro. Não que eu esteja estável com elas agora, definitivamente não. Mas como a dor sempre se sobressalta à felicidade, estou aqui, não para dizer com minhas palavras o que eu passo, o que eu vivo, o que eu sinto...
Estou lendo um livro de Clarice Lispector, 'Perto do coração selvagem', e farei aqui uma citação de um pequeno pedaço do texto 'O dia de Joana'. Para ser mais específica, o final desse texto. Talvez seja um pouco como eu me sinto, talvez.

"Era um pouco de febre, sim. Se existisse pecado, ela pecara. Toda a sua vida fora um erro, ela era fútil. Onde estava a mulher da voz? Onde estavam as mulheres apenas fêmeas? E a continuação do que ela iniciara quando criança? Era um pouco de febre. Resultado daqueles dias em que vagava de um lado a outro, repudiando e amando mil vezes as mesmas coisas. Daquelas noites vivendo escuras e silenciosas, as pequenas estrelas piscando no alto. A moça estendida sobre a cama, olho vigilante na penumbra. A cama esbranquiçada nadando na escuridão. O cansaço rastejando no seu corpo, a lucidez fugindo ao polvo. Sonhos esgarçados, inícios de visões. 'Ele' vivendo no outro quarto. E de repente toda a lassidão da espera concentrando-se num movimento nervoso e rápido do corpo, o grito mudo. Frio depois, e sono."

See U :*